Compras em Harajuku

11/04/2010

Quando se fala em Harajuku, os olhos dos entusiastas do fashion geralmente brilham de cobiça. Quem curte estilo de vanguarda e visual alternativo sempre se liga no Japão, onde as tribos urbanas estão sempre criando estéticas diferentes; e geralmente é em Harajuku que esses estilos brotam e caminham pelas ruas pela primeira vez.

 A moda japonesa está… bem, na moda; e Harajuku é o bairro que sintetiza todos os estilos de moda urbana japonesa em barraquinhas, lojas e brechós.

 

Na estação de Harajuku, já começavam os outdoors de moda mais arrojada

Vale um adendo aqui: eu praticamente não vejo gente mal vestida no Japão. Os japoneses são MUITO conscientes e caprichosos na maneira de se vestir (é um orgulho!) Não importa o estilo, em geral as pessoas estão impecáveis dos pés a cabeça.

Inclusive coisas impensáveis para nóscomo cabelos com permanente, salto-agulha e cílios postiços (geralmente só usadas no ocidente para um visual dramático em passarelas e catálogos de moda) são usadas normalmente no dia-a-dia pelas japonesas. Cabelos enrolados, cílios alongados artificialmente e se equilibrando nos maiores saltos que já vi, elas parecem bonecas ambulantes. E geralmente estão de saia, não importa o frio que esteja fazendo…. tremem e batem os queixos, mas estão sempre deslumbrantes!

Tem quem não goste ou ache exagerada essa beleza “falsa”. Confesso que adoro! Tem um quê de pinup e é um glamour que a naturalidade brasileira nunca vai permitir normalmente em suas ruas. Pena…

Mas voltando à Harajuku…

Marcamos de nos encontrar com uma amiga lá, a Gislene, em uma quarta-feira, achando que poderia estar mais vazio… doce ilusão. Estava lotado como o inferno!

A Gi contou que até por isso ela andava evitando Harajuku, porque estava rolando casos sérios de tumulto na rua por causa de gente criando boatos via twitter do tipo “o famoso fulano está em Harajuku, vejam!” No final, não tem famoso nenhum e o pessoal se acumula, pisoteia, meninas desmaiam… =/

(Aliás, pelo que a Gi tava contando, se tem um lado mau dos jovens japoneses, é a maneira como eles usam a tecnologia pra juntar gente pra fazer o que não presta… mas isso fica pra outro post.)

Enfim, por causa desse acúmulo de gente, ficou quase impossível de tirar fotos com calma. A maior parte das fotos foi do Marcelo me stalkeando enquanto fazia compras XD (tava tentando achar itens de inverno em promoção, pois apesar da chegada da primavera, quando cheguei a Tokyo estava um frio de lascar! Mas com esse lance das japonesas não sentirem frio, não se achava quase nada…)

Loja de sapatos super bacanas... mas tudo caro. Snif =´(

Basicamente Harajuku é uma grande rua reta e infinita, coalhada de lojas de um lado de outro (como uma 25 de março fashion, vá XD) Me lembrou uma espécie da Galeria Ouro Fino plana. E os preços não eram muito diferentes… algumas lojas eram mais baratinhas, mas no geral, os preços variavam entre médio e muito caro.
Várias lojinhas de Harajuku são subterrâneas. na rua mesmo, só uma portinha, e então você desce e… tem toda uma dungeon te esperando (cheia de preços-armadilha!)
Pra quem quer uma dica, as lojas de preço mais acessível são as que cruzam com a rua principal. É lá que tem os brechós e lojas menores, com itens ainda asim fofíssimos por precinhos camaradas (foi numa dessas que torrei minha grana XD)
Mas lógico que as lojas mais chamativas e de estilos mais tchananans  ficam mesmo na rua principal.

Pra todos os gostos: loja punk no andar de baixo...

...E loja lolita no andar de cima

Aliás, apesar de ver gente muito estilosa circulando, vi pouquíssimas de estilos específicos. Vi apenas uma lolita true (lindinha demais, de mãos dadas com o namorad0) de passagem. Aparentemente, galera só se junta mesmo pra “fazer visual” e tirar fotos nos fins de semana. Com sorte, volto lá no fim de semana antes de voltar pro Brasil.
Por fim, devo dizer que apesar de muita opção de moda alternativa, vi que tem MUITA loja — a maioria, eu arrisco dizer — de estilos mais ousados, mas mais tradicionais por lá. O que tinha de mais alternativo era mesmo o estilo Kera e ‘punk’ (inclusive, graças a moda lançada por Nana, havia um brechó só com itens Vivieene Westwood a preços estratosféricos…
Também haviam muitas lojas de lingeries e acessórios, praticamente intransitáveis (foi numa dessas que fiquei de cara ao descobrir que as loose socks saíram de moda; agora as japonesas estão preferindo meias agarradinhas e discretas, com bordadinhos na canela, estilo escola inglesa…)
O mais louco também foi ver lojas de estilos que não faço a mais vaga ideia do que sejam. Recém-criados, talvez…?

Que estilo é esse...?

Num sei o que é, mas é muito louco.

Por fim, quando chegamos ao fim da rua, percebemos que no bairro existiam muitas outras lojas multinacionais e “certinhas”, como Benetton, Nike e etc. Harajuku é mesmo o bairro da moda; mas a nascente da mda local está ali, naquela ruazinha que parece não ter fim, mas como tudo que é bom, infelizmente, uma hora acaba…

Fim de tarde na avenida que marca o "fim" de Harajuku

Nesse post não deu pra parar e falar direito dos estilos que surgiram em Harajuku (nem teria como, são muitos pra pouco tempo que tenho a cada dia de viagem pra fazer posts XD) mas quem tiver curiosidade podem entrar no ótimo site Harajuku Lovers .

Está totalmente em português e é organizado pelas minhas queridas Kitty e Kao, cosplayers e lolitas lindas, que contam todos os detalhes da estética criada por esses japoneses e japonesas sagazes. Visitem! =D

[Momento ♥ ♥ ♥] Maaya Sakamoto, o Destino e Eu

08/04/2010

(Esse é um post que sei que não deverá interessar a quase ninguém. Mas vou fazer assim mesmo porque o blog é meu, só meu e todo meu, nhé nhé nhé, azar de quem não gostou.)

Aconteceu no primeiro dia de viagem, misticamente — como não podia deixar de ser — em Akihabara.

Andando pela rua, passando os olhos pelo bombardeamento de cartazes de maid cafés, pachinko e animes que nunca ouvi falar, quando — PÃS! Tela azul! “Seu Windows executou um operação ilegal e será fechado.”

 Apesar de ser semi analfabeta em japonês, reconheci os kanjis na hora: 坂本真綾. Porque eu os acompanho desde 1998.

“Sakamoto Maaya”.

E eles estavam enormes, num outdoor imenso sobre Akihabara.

Outdoor de ''Everywhere", o mais novo CD de Maaya Sakamoto

È difícil pra mim pôr em palavras o que sinto por Maaya Sakamoto. Uma de minhas seiyuus (dubladoras) prediletas desde seu primeiro trabalho em The Vision of Escaflowne (anime do meu top 5 por sinal) onde ela também cantava a abertura e outras músicas da trilha sonora, lindamente compostas por Yoko Kanno.

Não foi difícil virar fã das duas (Yoko Kanno mais tarde viria a compôr a trilha do meu anime preferido, Cowboy Bebop). E Maaya Sakamoto, que foi deixando de ser “apenas” dubladora pra se tornar cantora profissional, virou minha cantora preferida.

(Pra completar, eu e ela temos a mesma idade; pode soar muito meio bobo mas ela sempre foi um exemplo do quão longe alguém com a mesma idade que eu podia chegar. Lembrem-se, eu a conheci quando eu — e ela — tínhamos 19 anos. Ela já dublava desde os 15.)

As músicas de Maaya Sakamoto são sinônimo de BOA música japonesa contemporânea pra mim (um som mais estranho e contemplativo que as idols populares como Morning Musume, e por isso mesmo, mais haver com meu estado de espírito).

Assim que botei os pés no Japão, durante a viagem de trem até Shinjuku, vendo a paisagem passar sob o pôr do sol, eram as músicas de Maaya Sakamoto que me passavam pela cabeça — como Mameshiba, Kuuki to Hoshi  , Dive e Hashiru.

Ela é parte do meu coração. Sou uma fã babona assumida e frustrada por não ter acesso fácil a tudo que ela produz.

Por isso rolou um nó na garganta desacreditado quando vi o outdoor, que anunciava o lançamento do mais novo CD dela, “Everywhere’, no dia 31/3 (aniversário da própria Maaya).

Mas 31/3… era O DIA EM QUE A GENTE ESTAVA! E quem comprasse o CD naquele dia, ganhava uma pasta e um postcard de bônus!

Fui possuída pelo meu lado fangirl mais obcecado e corri pra Tora (famosa loja de mangás e animes), onde o CD estava sendo vendido. (Coitado do Marcelo que teve que correr atrás de mim XD) Na frente da loja, mais uma surpresa: autógrafo da Maaya Sakamoto, dedicado a loja, logo na vitrine *__*

Vitrine da Tora com autógrafo da Maaya Sakamoto

 

Já tinha visto autógrafos dela antes (tenho diversas reproduções em artbooks de animes que ela dublou XD) mas confesso que fiquei emocionadinha vendo o autógrafo true dela tão de pertinho (já falei que sou fã babona, né? Pois é. Eu sou.)

É o autógrafo da Maaya mesmo gente, COMOFAAAAZ *morre de amor* ♥

 Pra completar minha surtação, a loja toda estava decorada com posteres do CD novo dela, da estante até o elevador!  Uma mesa com TODA a discografia dela e TV passando clipes ligada em loop — tive que me conter pra não levar tudo. (Queria tirar foto, mas era proibido).

(Aliás, isso me mostrou que a Maaya continua sendo um ícone pro público que consome animes, embora hoje não duble mais com tanta frequência. Achei isso legal, achava que ela tinha virado meio que “cantora alternativa”, mas muito pelo contrário — os CDs dela estavam por toda parte e mesmo na loja de usados, quando fui, custavam quase o mesmo que um novo).

Nunca tive a oportunidade de comprar um CD da Maaya no dia do lançamento, ganhar itens, sentir o clima gostoso de ver outras pessoas parando, olhando os CDs, curtindo o mesmo que você. Poder entrar numa loja e levar o CD no ato parece uma coisa tão pequena e comum, mas pra mim, foi como um ciclo que se fechou.

Como diz na música de debut da Maaya, Yakusoku wa Iranai — promessas não são necessárias. Tem certas coisas que simplesmente acontecem =)

Maaya Sakamoto até no elevador!

Akihabara, o bairro otaku

06/04/2010

Como nunca fui de renegar minhas origens e não tenho vergonha da minha nerdice, um dos primeiros points que combinei de visitar com o Marcelo foi a tão famosa Akihabara, sempre citada nos animes e na vida real como o maior reduto otaku existente no mundo.

E realmente, é a versão na terra do paraíso para os otakus. Com a diferença que em vez de ter 77 virgens à espera, existe uma infinidade ainda maior de garotas, sempre sorridentes, lindas e desejáveis… se ignorar o fato de que são de resina ou plástico, claro.    

Vista da saída da estação de Akihabara

 Akihabara é originalmente um bairro dedicado aos eletrônicos — é fácil achar câmeras, aparelhos de som, computadores de todos os tipos e tamanhos.   

    Aos poucos, porém, o bairro foi ganhando mais e mais lojas dedicadas a temática de anime, mangá, games e derivados. Como os fãs mais hardcore não são bem vistos no Japão, as lojas térreas são raras; mas escondidos nos corredores das galerias, existe todo o tipo de loja imaginável para que todos os fãs, de todo tipo de coisa, possam curtir sua otakice no mais perfeito anonimato. Apenas os outdoors nas fachadas do prédio revelam o seu conteúdo.    

Visão de uma das principais ruas de Akihabara

Hoje, as galerias de Akihabara oferecem todo tipo de diversão para os fãs insaciáveis…    

Brinquedos novos e antigos…    

    …Game Centers…  

   

Máquinas de Gachapon…  

Máquinas de gachapon ao infinito e além

Dolls de tantos tipos que vão render um post à parte…        

Ball-jointed dolls da Blue Fairy expostos em lojinha genérica (isso foi o que mais me espantou...)

  …Os famosos “Maid Cafes” (onde meninas fantasiadas de maid servem comidinhas fofas falando como menininhas de anime com os clientes — sim, os fetiches japoneses são bizarros…)      

    

E por falar em fetiche, não dá pra negar que é esse o foco de Akihabara. Encontra-se muitos brinquedos fofos e memorabilia interessante, mas  foco das galerias é a exploração do moe — termo cunhado pelos otakus pra se referir a tudo que é sexy (é a versão japonesa do “hot”, já que moe vem de moeru, “queimar”.)    

E quando falo exploração, é exploração mesmo, das formas mais inimagináveis.    

Mousepad com peitos apertáveis. É, é sério.

  Infelizmente os bagulhetes mais pesados (dariam fácil uma sessão “Curiosidades e Bizarrias”) eu não pude fotografar; em várias lojas isso não é permitido, principalmente pra não deixar os fregueses desconfortáveis (não falei que pegava realmente mal ser otaku no Japão?)    

Não fosse por isso, teria muitas fotos de coisas como travesseiros em forma de garota de animes,  pôsters de personagens criadas apenas para mostrar a calcinha, jovens  (essas de verdade, pra variar)  distribuindo flyers de maid cafés nas ruas e vestidas à caráter, bonecas de roupas rasgadas em áreas estratégicas, algumas customizáveis (dá pra escolher o tamanho do busto — revolucionário, não?)     

Quem sabe numa das minhas voltas por lá não consigo tirar disfarçadamente alguma foto dos itens criados por mentes bizarramente pervertidas e incrivelmente ociosas.    

No entanto, existem muitas lojas simpáticas e “de família”, que oferecem itens otaku mais fofos e divertidos, como bichos de pelúcia, canecas e postcards.    

     

Algumas lojas expõe, além dos brinquedos, TVs passando o anime da série que está exposta. Vire fã na hora e compre merchandising imediatamente!

  E também encontramos coisas que rendem momentos “WTF?!”    

AYRTON SENNA DO BRASIL!

Mas o que bomba mesmo nas lojinhas são os figyuas (figures). Straps de celular, gachapons, dolls, esculturas; as heroínas de anime podem ser encontradas de todas as formas e tamanhos.    

E quando falo todo tamanho, é todo tamanho MESMO.    

Display gigante de Oh!My Goddess, decoração de uma loja

  …Às vezes áté beirando o exagero!    

    

Aliás, Evangelion e One Piece são os únicos animes que vejo terem destaque fora de Akihabara; existe tanto merchandising de Evangelion que chega a ser embasbacante, pra um anime de 11 anos atrás. 

(Pessoalmente tomei raiva de Eva há anos; mas, marcou mesmo uma geração. O significado por trás disso me dá medo.)  

Evangelion está para o Japão assim como Mickey Mouse está para os EUA. Agora pense nas implicações disso...

 Enfim, Akihabara e a variedade de suas lojas é tão extensa quanto a imaginação e fantasia de seus fãs. Ja fomos lá umas três vezes, e tenho certeza que não vimos nem um terço do que existe pra ser visto.    

O Ronaldo, um amigo que tivemos a sorte de por coincidência encontrar aqui no Japão, comprou um pequeno figure de “lembrança de Akihabara” que representa de forma impecável o espírito do bairro:    

Figure de colegial sentada sobre uma miniatura de Akihabara

Akihabara: o bairro que sustenta o peso de ser frequentado por otakus movidos pelo desejo por calcinhas de colegiais de mangá =p   

Pelo menos, foi essa a impressão que tive enquanto andei por lá e com algumas experiências que tive. Quando comprei uma Blythe, o vendedor embalou a caixa numa sacola de material de JARDINAGEM; e ainda tomou o cuidado de cobrir a parte de cima da caixa (que podia ser visto por quem olhasse casualmente pra dentro da sacola) com um plástico, para evitar qualquer sinal de que a sacola pudesse conter uma boneca.
   

Senti com isso que o bicho pega geral, não importa o nível do seu fanboyzism; mas bem, pelo tanto de gente que circulava pelas galerias, os japoneses parecem estar de boa. Pelo menos enquanto conseguem se manter no anonimato…

De qualquer maneira, achei milhares de coisas incríveis em Akiba (principalmente de dolls ♥)  e já sinto falta de ter um shopping desse tamanho e por esses preços quando voltar.

(Nessas horas a gente percebe como sai caro ser fã de coisas japonesas fora do Japão…)

Acho que o Marcelo se divertiu até mais que eu XD

[Curiosidades & Bizarrias] Fanta Sabor Vaquinha!

03/04/2010

 

Uma das coisas mais divertidas do Japão é o fato de em cada esquina ter daquelas máquinas de bebida. “Grande coisa, aqui no Brasil também tem”, vocês dirão.

TOLOS! As maquininhas de tota-tóia ñão chegam nem aos pés da variedade de bebidas que se encontra por aqui. Com apenas 150 ienes (equivalente a uns 3 R$) pode-se escolher entre refrigerantes, chás (inclusive de sakura), diversos tipos de café e chocolates, e ainda tem a opção de gelado ou quente na mesma máquina.

Máquina de bebida: os selos azuis são bebidas geladas; os selos vermelhos, bebidas quentes. (Participação especial: Namie Amuro)

(Aliás, no frio, um ótimo truque é comprar uma latinha de café quente e enfiar no bolso por uns 5 minutos antes de tomar) ;D

Em nossa primeira de muitas visitas a Akihabara, essa foi a nossa salvação, cansados e desidratados após subir e descer tantas escadas (sim, não é em todos os andares que há elevador; acho que deve ser algum tipo de castigo para os japoneses que se rendem à otakice… e gaijins também).

Na minha primeira crise de sede séria em Akiba, uma garrafa dessas máquinas me chamou atenção porque tinha manchas de vaca. Leite? Mas quando olhei bem, a marca era de FANTA! Comofaz?!

Mooh ~ Mooh ~ White: Fanta sabor vaca? O_o

Lembrei de ter lido em algum lugar, tempos atrás, que a Fanta e a Pepsi lançam diversos sabores diferentes por temporadas, às vezes pra testar se um sabor “pega” e pode virar default, ou então só de sacanagem mesmo.

Comprei uma garrafa da Fanta Mimosa pra ver no que dava, já resignada que na pior das hipóteses já rendia uma boa história.

No primeiro gole, o Marcelo ficou assustado com a minha cara. Diante dos meus zóio arregalados, ele perguntou se era “tão ruim.”

Ruim? Era o melhor refri que já tinha tomado na vida.

Marcelo torceu o nariz: “não pode ser tão bom assim…” bebeu um gole. Arregalou os zóio igual.

Sim, podia.

A Fanta Mooh~ Mooh~ Houaito (em tradução livre, “Fanta Muu Muu White”) tem um sabor que lembra um cruzamento de yakult com leite condensado, tem adição de cálcio e é “calorie off” (apenas 18 kcal por garrafinha de 200 ml). E já é oficialmente a nossa bebida aqui no Japão assim como H2O é minha bebida no Brasil.

Amor ao primeiro gole ♥

Quando ganhamos troco em moeda , já vamos separando: “essa vai virar vaquinha!”

Já estou com saudades, mesmo faltando ainda duas semanas pra voltar. 

Contrabando de Fanta Mooh Mooh pro Brasil, quem curte…?

Minha Primeira Cerejeira

01/04/2010

Quando acordamos, no 1º dia,  decidimos ir até a estação de trem de Shinjuku a pé, pra irmos conhecendo e curtindo a vizinhança.

Como na frente do hotel tem um parque, fomos por ele pra cortar caminho (nos perdemos depois, mas isso são outros quinhentos…)

Gatinho japonês

Logo na frente um gatinho japonês sentado sossegadamente no meio das folhas (apesar do friozão) nos saudava.
Tava tão distraída olhando pra ele (não parece um Maneki Neko?) que só prestei mais atenção quando o Marcelo falou ‘Ei, olha lá”.
E estava lá.

Cerejeira carregada de flores

A primeira vez que vi uma sakura com meus próprios olhos.

Desenhos abstratos contra o céu

A sakura é uma das imagens mais presentes no imaginário de quem curte ou já curtiu animes. Flor-símbolo do Japão, o seu florescer (mankai) anuncia o início da primavera.
As flores são delicadas e entre nascer, abrir as pétalas e queda, dura de uma a duas semanas.
Por isso elas são associadas também ao Bushido, o código dos samurais, representando uma vida em busca da perfeição, mas consciente de sua efemeridade.
Na cultura japonesa em geral, a flor de sakura representa o auge da beleza e da perfeição, que no entanto, não dura pra sempre; a transitoriedade das coisas.

Sakuras por todos os lados ♥

Pra quem curte animes e mangás, a sakura é uma flor muito presente e que cedo passa a fazer parte do imaginário do fã.
 O que mais tem são ilustrações de personagens tendo cerejeiras ao fundo, fazendo piquenique embaixo das árvores (hanami, ou “contemplação das flores”) e personagens batizadas Sakura.

(Parece até uma pintura do Jackson Pollock)

Uma das razões que nos levou a programar a viagem para esta época era justamente a vontade de ver o Sakura Mankai (o florescer das cerejeiras, não o clipe do Mornig Musume) =p
 
Após uma vida vendo sakuras em filmes, fotos, animes, mangás e ilustrações, por isso foi tão comovente (a palavra é clichê, mas acho que não existe outra) poder ver essas flores de perto, pessoalmente.

Flor de sakura bem de pertinho

Na verdade não pegamos o processo de florescimento delas; quando chegamos, já estavam abertas e um pouco descoradas, sinal de que estão perto de cair.
Mas que espetáculo.
Tiramos algumas fotos, antes de relutantemente seguir caminho.
(Reparem que eu já estava temática, com o casaco marrom e o cabelo rosa-algodão-doce…)
(O que me fez lembrar que a primeira personagem feminina de quem fiz cosplay era uma Sakura — a do Street Fighter. Se pá ainda existe foto disso por aí…)
Mas essas não foram as últimas sakuras que vimos. No dia 2, decidimos ir a um parque onde…
Mas espera aí. Conto isso depois; porque ainda falta contar a ida a Akihabara, paraíso dos eletrônicos (e otakus) e Harajuku, que me rendeu um rombo no bolso e dor nos pés XD

[Curiosidades & Bizarrias] Enquanto isso, no banheiro…

31/03/2010

Adoro os ideogramas orientais.

Falando sério, aqui no Japão ir no banheiro é uma aventura.

 (Já é tradição entre os vencedores do WCS no Brasil voltarem contando histórias das privadas japonesas, mas apenas o L0st in Translati0n traz fotos em 1ª mão pra você!) 

Aqui o troninho tradicional aqui ganha uma roupagem moderna.

Com botões que fariam o orgulho do Capitão Kirk.

Mas para os conservadores orientais, sempre existe o modelo clássico.

E em muitos locais, existe APENAS a versão tradicional.

 Haja equilíbrio.

PS — Ainda não experimentei nenhum dos botões. Tenho medo.

Yokoso Japan! ~ A Chegada!

31/03/2010

Ufa! finalmente arrumando um tempinho pra postar. Os últimos dias tem sido BEM cheios. 

Como podem ver, cheguei muito bem (e mais gorda). 11 horas do Brasil pro Canadá, 5 horas de escala em Toronto, e então mais 10 até Narita. TEM IDEIA DO QUANTO UMA CRIATURA COME DURANTE ESSE TEMPO? 

Sério. Servem MUITA comida durante os voos. OMG. 

Mas no mais, a viagem foi super tranquila, sem grandes turbulências. Em cada cadeira tem um terminal com uma TVzinha, onde se pode assistir vários filmes e programas (me chamem de caipira,mas eu gostei, tá? ¬¬) Pra melhorar, na programação só tinha coisa boa: Fantastic Mr. Fox, Star Trek, Sherlock Holmes… (tá, tinha Avatar também, mas nada é perfeito!) 

Enfim, foi fácil passar o tempo. Embora eu enha mais dormido do que qualquer outra coisa… 

As 5 horas que encaramos no Canadá foram devidamente preenchidas com atividades educativas… 

O verdadeiro alce canadense!

…Como tirar foto com alces… 

Castor Cospobre

…Ver um castor fazendo cosplay do Chaves… 

Estande da Chanel no Duty Free: praticamente do tamanho lá de casa.

…E passear no Duty Free Shopping (onde o Marcelo comprou uma camisa com estampa de veado de alce)  e nos deparamos com esse estande. lembrei de cara da minha amiga @AFresquinha Keshi — acho que ela surtaria vendo a quantidade de maquiagem, perfumes e produtos de beleza daquele lugar! 

Também nos deparamos com um ponto turístico imperdível: 

...O TOBLERONEZILLA!

 A maior barra de Toblerone existente na face da Terra, disponível apenas, segundo o Joe (de Friends, lembram? Não? Ok...) em aeroportos. 

Alguns cafés da Starbucks (que tinha muito mais variedade por preços muito mais em conta que no Brasil — incluindo um Muffin de Abóbora que pretendo experimentar na volta…) depois, encaramos mais dez horas, um Sherlock Holmes e três lanches ate chegar à terrinha do Sol Nascente. 

 

Rolou até uma emoção quando (depois de tantas horas de mar, mar, gelo, gelo) apareceu a primeira pontinha de terra. 

 

Baía de Narita

Mas como chegamos no Japão por Narita, e não por Tokyo, não nos foi possível visualizar o Godzilla. 

A primeira visão do aeroporto de Narita não deixava dúvidas: 

Yokoso Japan!

Welcome to Japan! 

Depois disso, foram longas horas até passar pela imigração — a fila estava imensa. Aí começou a jornada por terra: do aeroporto para o trem até Shinjuku, onde morremos de frio e pegamos um ônibus até chegar no hotel. 

Da janela do trem, a caminho de Shinjuku

 Impressionante as coisas que vemos do trem. Casinhass tradicionais, campos de arroz, e de repente imensos conjuntos habitacionais que mais parecem muralhas e prédios que oferecem de karaokês a tratamentos de beleza… 

Como esse trem que pegaos não era o shinkansen (trem bala), e sim o “comum”, demoramos um monte pra chegar. Desembarcamos do avião às 15:30. Só chegamos no hotel às 20:40. 

(Isso porque chegamos na estação de Shinjuku bem na hora do rush e foi o inferno na terra pra encontrar o caminho naquele lugar!) 

Mas não temos do que reclamar. Chegamos ao Japão, e a aventura só começou! *sessãodatardefeelings* 

Visão da janela do hotel. Shinjuku pela manhã

Fazendo as malas

28/03/2010

Enquanto faço a mala orelhuda, sofro com dilemas existenciais. “Tá fazendo frio, mas e se esquentar? Vou levar roupa básica, mas e se tiver que sair pra algum lugar mais arrumadinho?” A lista de dúvidas vai aumentando e o conteúdo da mala também.

(Aí fica aquele medo de lotar demais e não ter espaço pra trazer o que vou comprar lá… aí toca a tirar tudo que tava lá dentro… ) -_-“

No fim das contas, com muitos exercícios de mentalização para uma atitude zen, consegui reduzir minha mala ao mínimo necessário (para uma mulher, entenda-se). A Kaká (amiga nossa que vai nos receber no Japão) já adiantou que muita coisa vale mais a pena comprar por lá mesmo.

(Mas a calça roxa tá indo, ora bolas!)

E como a viagem é longa (26 horas sem contar as escalas), é bom estar preparado!

Na mala de mão: Orgulho e Preconceito e Zumbis — sim, é o clássico de Jane Austen…. com partes enxertadas contando como zumbis tem atacado o vilarejo local e como Elisabeth Bennett, devidamente treinada por um monge shaolin (!!) deve defender o lugar, além de conquistar o coração de MR. Darcy, claro. (Já li o Orgulho e Preconceito original, e tou ansiosa pra conferir essa releitura! Deve ser HILÁRIO!)

No NintendoDS: Ace Attorney: Miles Edgeworth Investigations — O mais novo jogo da saga Phoenix Wright que eu ainda não tinha tido tempo pra pegar! Novos casos, nova jogabilidade, os personagens de sempre e alguns acréscimos! Agora vaaaaai! ♥ ♥ ♥ ♥ ♥

No MP3 player: Além das bandas de sempre, muito YuYu Hakusho, Ichirou “Aniking” Mizuki, Phoenix Wright OST, Morning Musume e animesongs diversas, pra ir entrando no clima 8D

Na barriga: Frio. E borboletas.  -_-

Lost in Translation

27/03/2010

Bob and Charlotte

(Vou fingir por um minuto que não tenho nada melhor pra fazer — como arrumar malas, por exemplo — pra poder enviar um post que tou com vontade de fazer desde que o blog começou.) 8D

Não falo japonês e apesar de entender hiragana / katakana, sei que isso não basta pra se virar. Sem contar que meu limitado vocabulário de pseudo-otaku não vale quase nada; do que adianta saber o que é corrente” (kizuna), “céu estrelado” (hoshizora) ou dragão (dá radúqui ryu) se não consigo perguntar onde fica o banheiro? ú___ù

Estudar mais formalmente a língua está nos meus planos há uns 10 anos 8D Problema é arrumar tempo pra isso entre minhas obrigações e hobbies..

Mas apesar de toda a lógica, essa não foi a razão de ter escolhido esse nome pra meu blog.

LOST IN TRANSLATION (que aqui no Brasil ganhou o vergonhoso título genérico “Encontros e Desencontros”) é, para mim, o mais lindo filme de Sofia Coppola (filha do Francis Ford e diretora de As Virgens Suicidas e meu querido Maria Antonieta).

O filme, não por acaso, passa-se no Japão, e acompanha a visão de dois estrangeiros de passagem por Tokyo; Charlotte, a esposa de um fotógrafo workaholic (Scarlet Johansson, excelente e linda como sempre) e Bob Harris, um astro decadente de cinema (Bill Murray, ator do meu ♥ , numa interpretação nada menos que genial e que marcou sua ressureição na indústria de cinema como astro de filmes independentes).

A única coisa que os dois tem em comum é serem estrangeiros perdidos num lugar cuja cultura é completamente estranha; a incapacidade de se comunicarem no idioma local é o que basta para uni-los numa improvável amizade.

Falar mais que isso é estragar o filme. Até porque não há muito o que se falar sobre a trama: Bob e Charlotte contemplam Tokyo, às vezes boquiabertos, às vezes desacreditados; e a cidade é palco de suas conversas sobre suas vidas ou aleatoriedades.

Não  é um filme de aventura ou comédia. Existem momentos engraçados (às vezes, hilários), mas a aventura aqui é o confronto com a solidão e que os obriga a refletir sobre coisas que  normalmente evitariam. Dois mundos tão diferentes que se tocam e que fazem com que um se enxergue pelos olhos do outro.

É um filme sutil, delicado, e ao contrário do que muitos pensam sobre cinema independente, passa longe de ser chato. E sempre vale nem que seja pela bela fotografia do Japão e seus contrastes entre passado e futuro, tradição e modernidade (como diz o clichê), através dos olhos confusos e abismados dos dois ocidentais.

O que mais gosto no título é que ele também tem uma sutileza; embora o sentido mais óbvio seja “Perdido na Tradução”, também entendo como Perdido na Translação — a translação da Terra, que faz com que dois desconhecidos  fiquem tão próximos, enquanto ficam mais distantes das  pessoas que deveriam estar ao seu lado e com quem dividem suas vidas (Bob com sua esposa, e Charlotte com seu marido).

Adoro esse filme, que pra mim é referência de “estrangeiros descobrindo o Japão”. A identificação rola por algumas semelhanças que dá pra ver se forçar a barra (assim como Charlotte e Bob, eu e Marcelo também temos diferença de idade, e nos conhecemos por causa da cultura japonesa, apesar das circunstâncias, claro, serem diferentes). Agora, vamos dividir a experiência de estarmos lá, juntos; e quem sabe até, tomando certa distância do cotidiano, não tenho um ou outro insight também.

Nenhum nome  podia ser mais apropriado pra esse blog.

(Só tive que registrar o nome usando zeros  no lugar dos OOs porque um fideumaéguadisgramenta alguém já tinha registrado lostintranslation.wordpress. E diga-se de passagem, nunca postou nada *rancor*).

Mas, como já devem ter percebido, a única razão para eu ter feito esse post mesmo é dizer: assistam Encontros e Desencontros Lost in Translation, pois vale cada minuto!

Para quem quiser saber mais, aqui vãos duas críticas sobre o filme que acho excelentes:

Cine Repórter Review: Encontros e Desencontros (Lost in Translation)

Cinema em Cena Review: Encontros e Desencontros (Lost in Translation)

E agora deixa eu ir lá arrumar as malas, porque é amanhã. *calafrios*

Notinha Pá-Pum!

26/03/2010

…O visto canadense FOI APROVADO!

Agora já é! Formô!

Embarcamos domingo!

É nóis no Japão, manôôô! ~~~~/o/